*por FERNANDO RIZZOLO
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Por entre camelôs, numa calçada estreita, eu tentava caminhar em direção à avenida Dr. Arnaldo. Dia quente, desviava das pessoas como quem pratica um tipo de dança, num movimento de ombro com passos rápidos. O cheiro vindo dos bares na hora do almoço prenunciava que já devia ser por volta do meio-dia. No ponto de ônibus, o olhar das pessoas tinha algo de triste; gente pobre, balconistas, vendedoras, que num misto de amargura e resignação se enquadravam naquele cenário agitado, como atores a denunciar o desgaste do trabalho do dia a dia, as pressões do emprego, o medo da miséria, desses medos que sempre rondam as esperas dos ônibus dos trabalhadores como numa música pensante repetitiva.
Foi bem ali que ouvi alguém me chamar pelo nome, na subida da Teodoro Sampaio, já bem próximo do Hospital das Clínicas. “Dr. Fernando!” Olhei para trás e vi um rosto conhecido, familiar, porém bem envelhecido. Negro, cabelos brancos, malvestido, olhar hesitante, o homem me olhou e disse: “Sou o Roque. Lembra-se de mim? Trabalhei no sítio. Sou filho da Dona Geni, que foi cozinheira de vocês”. Meio constrangido, aproximei-me dele e pude constatar que se tratava mesmo do Roque. Estava ali encostado, ao lado de um bar, numa condição física e psicológica deplorável. Sim, era o Roque, amigo de infância, filho da caseira, que costumava andar a cavalo comigo, rir dos cachorros que nos seguiam e que sempre dizia que seria agrônomo ou veterinário.
Tentei conversar um pouco com ele, mas na mesma hora percebi o que o tempo, o abandono e a falta de oportunidade fizeram de um jovem que eu não via havia trinta anos. Logo após o falecimento da mãe, Roque desapareceu. Na época tinha 14 anos. Foi tentar a vida no Paraná, mas, como acontece com a maioria dos jovens pobres, nada deu certo em sua vida. Parou de estudar, foi trabalhar numa oficina, não tinha profissão definida, foi jogado no mercado de trabalho vivendo de serviços simples, de biscates que mal davam para se sustentar.
Roque entregou-se à bebida, perdeu a dignidade. E, na pobre condição de negro, deixou seus sonhos para trás – estava desempregado e literalmente bêbado. O impacto dessa desventura, desse desalento social, absorvi naquele momento, quando de repente o ouvi chamar meu nome. Foi ali, naquele instante, que percebi quanto é importante um jovem ser assistido, ter acesso à educação, à profissionalização, a um Bolsa Família que garanta à criança a educação básica, a real oportunidade de integrar os jovens aos programas de inclusão social, de protegê-los da desesperança e de promover a construção de seus sonhos através de programas como o ProUni, entre outros, levando-os até a universidade.
Na verdade, naquele momento, diante daquele cenário, eu tinha pouco a falar com Roque. Apenas lancei a ele um olhar como quem lamenta por seu caminho, ofereci-lhe ajuda e dei-lhe um cartão meu. Num gesto lento, ele estendeu a mão trêmula e disse: “Estou sempre aqui. As pessoas me ajudam”. Em seguida, numa voz embargada, completou a frase, perguntando-me com um sorriso triste: “E os cachorros que seguiam os cavalos, você se lembra?”. Meio desconcertado, balancei a cabeça afirmativamente e depois me despedi. Continuei meu caminho e por um instante me desconectei do tempo. Numa marcha acelerada, me dei conta de que os cachorros já haviam morrido, os cavalos tinham sido vendidos e o menino Roque, amigo de cavalgadas, não existia mais.
Foram três quarteirões até a Dr. Arnaldo, uma ladeira e tanto. Durante o trajeto, tentei desviar das pessoas o tempo todo, mas o destino me fez trombar com meu passado, jogando-me na cara aquilo que sempre me indignou: ver jovens com sonhos apagados e talentos esquecidos, jogados numa esquina qualquer, perto de um bar, longe da esperança de uma vida justa, digna e cidadã.
FERNANDO RIZZOLO é Advogado e editor do Blog do Rizzolo –
*por FERNANDO RIZZOLO
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Não sei realmente por que, mas naquele dia, caminhando por aquele bosque que mais parecia uma floresta de pínus, fixei os olhos nos meus pés. A terra um pouco umedecida e o ar frio que soprava não me intimidavam, ainda que o sono quisesse me levar de volta à minha casa.
Sempre gostei das florestas, das matas, dos bichos que vivem daquilo, e todas as vezes que estou envolto às árvores, mantendo meu ritmo de caminhada, onde ouço apenas meus passos e os pássaros, penso em Baruch Spinoza (1632-1677), um filósofo do século XVII. Nascido em uma família judaico-portuguesa, seus familiares vinham, havia algum tempo, fugindo da Inquisição. Filho de um rico comerciante, viria a se tornar, posteriormente, um dos maiores pensadores racionalistas dentro da chamada filosofia moderna. Spinoza acreditava que Deus era a engrenagem que movia o Universo, e que os textos bíblicos nada mais eram que símbolos que dispensam qualquer abordagem racional.
Contudo, o mais interessante em Spinoza era sua visão una de natureza e Deus – a natureza como um reflexo da expressão divina. Por certo, com base nesse ponto de vista, podemos, sim, nos conectar com Deus quando estamos em sintonia com a natureza. Não há por que negar que não existem diversas maneiras de orar; pensar nas questões ambientais, na luta pela sua preservação também é uma forma de oração. Caminhar pela manhã sentindo o orvalho no rosto e o cheiro das folhas de eucalipto é mais do que exercitar os passos firmes em direção ao alto da montanha – é reaver o conceito panteísta de que Deus é naturante e a natureza, naturata (gerada).
Ainda me lembro de quando sobrevoava a Amazônia vindo de um Congresso de empresários na Venezuela dois anos atrás. A imensidão do verde me fez pensar em todas as formas de vida que ali habitavam; era como se eu avistasse de cima a expressão divina da criação. A preocupação com a preservação da Amazônia é uma constante em todos nós, e tudo o que lá habita pertence a nós brasileiros. Por consequência, deve existir um nexo causal, de cunho filosófico-espiritual, entre Deus e a obrigação cívica do nosso povo em tutelar aquela área.
Por isso o governo deve encaminhar ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para deixar claro que os investidores podem investir em qualquer campo, mas não em terras. Segundo estatísticas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), estima-se que a área total do território brasileiro sob propriedade estrangeira chegue a 4,037 milhões de hectares e cresce cotidianamente; além disso, é relevante notar que o levantamento do Instituto não inclui propriedades de empresas supostamente nacionais que, na verdade, são controladas de modo direto ou indireto por capitalistas de outros países.
Sempre que caminho nas minhas manhãs penso na grandiosidade divina e em nossa responsabilidade ambiental como brasileiros. Imagino a expressão de gratidão daqueles seres da floresta, à imagem divina, que nada possuem em sua defesa a não ser enxergarmos a natureza como a via Spinoza. Caminhar pelos campos verdes, na luta contra a destruição das florestas, é sair em defesa contra as serras afiadas do lucro que rasgam a face verde de Deus e lutar contra os que jamais caminharam na mata sentindo o orvalho no rosto ou souberam que natureza e Deus nada mais são que uma mesma oração.
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Todos os grandes projetos acabam se constituindo imensos desafios à sociedade. Foi assim com o fornecimento da água e da luz elétrica, este último datando de 1879. Sua primeira utilização no Brasil foi na estação Central (atual Central do Brasil) da estrada de ferro D. Pedro II, no Rio de Janeiro. Agora, temos diante de nós talvez o maior desafio da pós-modernidade: levar a inclusão digital às camadas mais pobres da população brasileira. Ao contrário dos projetos de visam apenas proporcionar condições de vida melhor e dignidade, o viés digital transporta e irriga o direito à cultura, à informação, à socialização, permeando as comunidades carentes com instrumentos de cidadania e mobilização.
Não há como falar em cultura, ou em direito à informação, se deixarmos de lado o poderoso e já indispensável papel da internet no desenvolvimento intelectual dos jovens e da população em geral. Para tanto, medidas de democratização do uso da internet têm sido tomadas por parte dos Estados, apesar de a operacionalidade técnica em nível federal ainda não estar totalmente concluída. O papel do Estado como provedor e difusor da cultura nos remete à sua responsabilidade na implementação das ações técnicas do uso da internet, viabilizando o uso da banda larga aos grandes centros carentes.
Com base nisso, em dezembro de 2009, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, lançou, em parceria com as prefeituras de mais seis cidades, o projeto Baixada Digital, cujo objetivo é beneficiar cerca de 1,7 milhão de pessoas. Anunciado como “um dos maiores programas de inclusão digital do mundo”, o projeto prevê em sua primeira etapa a cobertura de 100% do município de São João de Meriti, 60% de Duque de Caxias e Belford Roxo e 20% dos municípios de Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis. Contudo, a implantação de projetos dessa magnitude, não só no Estado do Rio de Janeiro, mas também nos demais, exige uma planificação cuidadosa, uma vez que a propagação dos sinais deve ser estável em todas as regiões envolvidas.
Do ponto de vista técnico, várias são as opções em levar o sinal, de forma abrangente, a todas as localidades do país; porém, é compreensível que alguns fatores, como a lentidão na implementação dos projetos, cause certo atraso no objetivo final. No entanto, o essencial é que o Poder Público se aproprie da tarefa de se fazer o ator principal na condução e execução desses programas, até porque existe uma estrita relação entre difusão cultural e instrumentos digitais, e isso é papel do Estado.
Na contramão dos investimentos primordiais do Estado no que se refere à cultura, em São Paulo a política adotada é diametralmente oposta à do Rio de Janeiro. Na mais rica unidade da federação, o governo decidiu não investir diretamente na criação de infraestrutura para prover o acesso gratuito à banda larga, mas baseou seu projeto de inclusão digital – batizado de Banda Larga Popular – na isenção fiscal às operadoras privadas. Desse modo, o governo de São Paulo eximiu-se do papel fundamental do Estado na promoção da banda larga, deixando-se valer dos argumentos privados para legitimar a inviabilidade do projeto. Segundo informações, a concessionária de telefonia fixa, que também oferece acesso à banda larga, diz que o valor estabelecido pelo programa só pode ser oferecido a usuário que já tenha ou queira ter linha fixa da operadora.
Quer do ponto de vista técnico, da informação, da cultura ou até da segurança nacional, a disseminação da banda larga popular deve ter como premissa principal a correlação causal entre informação e cultura, que sempre foi protagonizada pelo papel obrigatório do Estado. Políticas públicas de grande envergadura, destinadas à imensa população pobre, que possuem viés tecnológico, jamais devem ser delegadas a empresas privadas. Internet e banda larga significam condutores de cidadania, algo deveras importante para ser tutelado por terceiros, sem o lastro do compromisso técnico-social.
FERNANDO RIZZOLO é Advogado e editor do Blog do Rizzolo –
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Um dos maiores problemas circunstanciais de qualquer crise financeira é a falta de perspectiva geral no que diz respeito à oportunidade de emprego. Essa situação agrava-se em demasia quando determinada faixa populacional é mais diretamente atingida, como os jovens. É de se analisar que as políticas de empregabilidade nos países ricos sempre estiveram nas pautas sociais, e houve, no decorrer da história, um elenco de lutas nesse sentido.
Contudo, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), composta de economias de alta renda, com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – ou seja, elencada por países desenvolvidos –, alerta para o agravamento do desemprego juvenil. Num documento recém-divulgado, a OCDE constata que, se os jovens já eram vulneráveis antes da crise e foram suas primeiras vítimas, o futuro não vislumbra nada de bom, uma vez que, de acordo com a Organização, a situação continuará a deteriorar-se por vários anos.
No estudo, observa-se que quatro milhões de jovens engrossaram as fileiras do desemprego durante a crise, elevando este índice para 18,8% em 2009, mais do dobro da taxa média de 8,6% para o conjunto da população. Enquanto o desemprego geral aumentou 2,5 pontos percentuais, o juvenil agravou-se 5,9 pontos.
É sobre esses dados que podemos fazer uma reflexão crítica sobre os efeitos das crises financeiras nos países ricos, onde a participação do Estado como regulador desse segmento foi quase nula ou omissa. No caso de países em desenvolvimento como o Brasil, onde houve uma política mais realista e mais intervencionista do ponto de vista regulador do Estado, a crise e o desemprego em geral, em especial no tocante aos jovens, não foram tão significativos.
De qualquer modo, o grande desafio tanto dos países ricos quanto daqueles em desenvolvimento é traçar políticas claras e específicas para a criação de novos empregos, com vistas à população jovem, criando possibilidades e incentivos no encaminhamento das políticas de formação de mão de obra, na geração do primeiro emprego, na educação de base e, acima de tudo, na preservação da dignidade e esperança do jovem de se sentir integrado no mercado de trabalho. Sem isso, com certeza lançaremos os jovens do nosso país ao ostracismo da desilusão, ao abraço perdido do narcotráfico e ao desalento patriótico da desesperança e engrossaremos o universo da já profetizada “geração perdida”.
Fernando Rizzolo é Advogado e editor do Blog do Rizzolo –
*por Fernando Rizzolo
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Na evolução dos projetos de desenvolvimento e inclusão social que visam à projeção da melhoria das condições de vida e da dignidade humana, encontramos a questão da educação como fator atrelado à percepção de desenvolvimento, mas, na essência, pouco explorado do ponto de vista da aplicação pedagógica. Várias são as propostas de ascender a metodologia educacional a ser implementada no contexto de transferência de renda e de melhores condições de vida da população mais carente. É verdade que a ideia da contraprestação educacional nos projetos de inclusão representam um grande avanço, porém o maior desafio é remodelarmos o conceito educacional atual, tornando-o adequado a esse quadro evolutivo, fazendo com que o ambiente escolar se torne cada vez mais atraente ao aluno. Para tanto, para desenvolvermos essa ideia ambiental do conhecimento, precisamos antes de tudo investir numa remodelação ideológico-pedagógica dos professores.
É bem verdade que, se temos avanços que levam ao desenvolvimento econômico, e que se tal desenvolvimento tem como objetivo a melhoria na educação, antes de pensarmos num novo modelo necessitamos, forçosamente, avaliar as condições de ensino que estão sendo ofertadas aos professores da rede pública, cujos baixos salários, a desmotivação e a pouca oportunidade oferecida pelo Estado no tocante ao aprimoramento profissional os fazem se sentir totalmente desprestigiados. Uma revolução na concepção de um novo ambiente educacional passaria obrigatoriamente por uma remodelagem profissional dos professores, porque a proposta de ensino que se vê hoje nas escolas é completamente diferente da realidade vivenciada pelos alunos no dia a dia, principalmente no caso das crianças mais pobres. Essa mudança de concepção poderia ter início, por exemplo, na proposta de incluir na pauta de ensino algo que discuta a questão do saneamento básico e da valorização da internet, coisas ainda muito distantes da realidade de boa parte da população carente.
Com essas mudanças, estaríamos dando alguns passos adiante no que diz respeito à inclusão social, construindo ali, dentro da escola, um ambiente avançado e ao mesmo tempo dissociado do que ocorre na sociedade atual, que ainda traz em si as mazelas da violência, das drogas e da miséria. A visão de escola de tempo integral vem consubstanciar essa visão entre tempo educacional futurista e realidade social, para que isso possa servir de paradigma aos alunos no que se refere a uma visão crítica da realidade lá de fora, ainda a ser construída pelos projetos desenvolvimentistas.
Ter os professores a tarefa de construir um ambiente educacional agradável, num contexto de escola de tempo integral, numa nova perspectiva de formação ideológica dos educadores, com novas opções de disciplinas e formação cultural geral, trará ao ambiente escolar a possibilidade de as escolas se tornarem células vivas da formação cívica, levando muito mais que informação disciplinar e dando a possibilidade de o aluno se tornar um difusor crítico daquilo que ainda está se construindo na sociedade, que, além dos muros da escola, se expressa no abandono do Estado, na desagregação familiar e na miséria. A escola a um passo à frente significa reconhecer os avanços e, acima de tudo, criar um ambiente de luta na perpetuação dos ideais de cidadania.
Fernando Rizzolo é Advogado e editor do Blog do Rizzolo –
A troca de acusações de fabricação de boatos na campanha à Presidência da República ganhou novo capítulo nesta semana. Depois de Indio da Costa (DEM), vice na chapa de José Serra (PSDB), disparar acusações contra o PT, que motivaram ações judiciais, os aliados de Dilma Rousseff tentam qualificar seus adversários como “raivosos”.
A própria candidata do PT, em visita a Natal (RN), na quarta-feira (28), reclamou da “oposição raivosa” sofrida pelo governo Lula. “Eles (partidos de oposição) mentem ao querer passar por aquilo que não são. Foram a oposição mais dura, mais perversa e mais amarga ao governo do presidente Lula”, discursou no Rio Grande do Norte.
Leia na .
Veja os números do Vox Populi. Dilma abre oito pontos percentuais sobre Serra e tem a menor rejeição. E amanhã dará Dilma novamente na frente, no Datafolha. Pode anotar http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/vox-populi-aponta-vantagem-de-8-pontos-para-dilma
Do
Por Wenceslau Junior *
Conheci o grande amigo Daniel Bezerra, a pouco mais de um ano trocando emails, e informações a respeito do nosso grande presidente Luis Inácio Lula da Silva. Passados alguns meses, juntos trocávamos informações também sobre a então pré candidata do PT, Dilma Rouseff.
Fui convidado pelo ilustre editor a ter uma coluna esporádica, em que eu trataria sobre assuntos da Bahia, interior, em geral. Aceitei prontamente, e orgulhosamente.
Passados mais alguns meses, fui também convidado a ser correspondente do Blog em Itabuna-Bahia, o que também aceitei prontamente.Dilma já era então candidata do PT a presidência da República, com apoio total e irrestrito do nosso presidente.
Sofri, publiquei em meu , acompanhei estarrecido, a possibilidade do Blog da Dilma ser tirado do ar, o absurdo dos absurdos. Pensava comigo: Que democracia é essa ? Porque a Globo, Estadão, Folha, etc. fazem o que querem, mentem, deturpam, tentam enganar as pessoas de forma tão escandalosa. Não isso não irá acontecer, não, não irá.
Mas, tudo não passou de uma tentativa frustrada daqueles que pensam que enganam o povo.
A vitória aconteceu, antecipando a vitória de Dilma, em outubro, para desespero da oposição e da Midia Golpista que tenta e vai continuar tentando usar de golpes baixos para conseguir os seus objetivos.
Hoje, fui convidado por Daniel, a ser um dos editores deste conceituado Blog, que tanto incomoda aqueles que querem voltar a destruir o Brasil, que querem entregar nosso pais ao capital estrangeiro.
Mas, será que devo aceitar o convite ? Bom, preciso de meio segundo pra pensar… Pronto ACEITO, com toda honra, todo carinho, e com muito orgulho.
Obrigado Daniel, Obrigado Jussara, e toda a equipe.
Da editoria-geral do Terra Brasilis
Na edição de ontem do Jornal do Commercio, a coluna Pinga Fogo, editada pela jornalista Ana Lúcia Andrade, indagava ao leitor se ele sabia o significado de “Funhanhado”. Nada de extraordinário não fosse o fato de a tal palavra ter sido dita pela pré-candidata à Presidência da República, a petista Dilma Rousseff. Dissera Dilma, numa entrevista a uma rádio de São Paulo: “Antes de Lula o Brasil estava funhanhado”.
Hoje, a coluna Pinga Fogo volta à discussão, abrindo espaço para que uma leitora – a advogada Edne Silva, residente no bairro de Boa Viagem – relatasse sua inglória saga na captura da palavra “funhanhado” e seu(s) sentido(s). Segundo a coluna, a advogada fizera incursões em vários dicionários, recorrendo, inclusive, ao de Laudelino Freire (uma “raridade”, segundo Ana Lúcia Andrade) e encontrando a palavra “funho” (o mesmo que “furúnculo”).
A malfadada pesquisa levou a Dra. Edne Silva a levantar hipóteses possíveis: “Será que Dilma teve essa doença ["furúnculos"] e achou que o Brasil havia se contagiado? É mais provável que tenha inventado mais esse termo”. Ainda que a primeira hipótese seja de um senso de humor questionável, a segunda cai muito bem. Se a Dra. Edne, que deve entender de ordenamento jurídico, tivesse atinado para os processos formadores de palavras (não os jurídicos) certamente concentraria suas forças neuroniais apenas na última hipótese. Dilma estaria, então, usando uma palavra não dicionarizada, portanto, um neologismo [fenômeno linguístico a partir do qual se criam palavras ou expressões novas ou se atribuem novos sentidos a palavras já existentes].
Nada demais em “dialogar” com as hipóteses da Dra. Edne. A questão é que a advogada não deu prioridade ao fato de se estar diante de um neologismo, mas enveredou pelo aspecto político (a hipótese de Dilma ter contraído a doença e achado que o país se contagiou revela isso). Soa como deboche. Um outro aspecto é a procura pelo sentido da palavra “funhanhado” em um dicionário [Grande e Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa (1939-1944)]. Ora, seria mais producente se a Dra. Edne focasse sua busca nos dicionários atualizados que, certamente, agregariam os verbetes (se existentes na língua) presentes na obra do professor e filólogo Laudelino Freire. Se ela pensou que encontraria a tal palavra num dicionário desatualizado, cometeu um equívoco no processo de pesquisa.
Nada demais que jornalista Ana Lúcia Andrade tenha publicizado este fato linguístico e o reiterado com a presença de uma leitora. É até enriquecedor, porquanto trata das possibilidades vivificantes de uma língua, numa determinada comunidade linguística. A questão é que faltou à jornalista e à sua equipe o investimento na pesquisa jornalística. O fato, caro leitores, é que Dilma NÃO FEZ USO DESSA PALAVRA INICIALMENTE, mas o entrevistador da rádio “Planeta Diário”, de São José dos Campos (SP). A pré-candidata do PT apenas aproveitou a expressão a partir de um certo entendimento e de um “contrato comunicativo” entre os interlocutores (ouça trechos da entrevista abaixo).
O fato de Ana Lúcia Andrade ter dado vazão a esse episódio sem dele ter se inteirado é grave, porque denota um viés político subliminar de uma parcialidade jornalística que já vem sendo discutida no Terra Brasilis e n, do amigo Giovani de Morais.
Ouça trecho da entrevista:
MORADIA – Em execução desde o ano passado, o programa de moradias populares Minha Casa, Minha Vida deverá atender, até o fim deste ano, um milhão de famílias. A meta para o período 2011-2014, segundo tem declarado o presidente Lula, deverá ser de construção de mais dois milhões de casas e apartamentos, predominantemente para famílias com renda mensal de até três salários mínimos – as mais atingidas pelo déficit habitacional. O PAC 2 deverá ainda prever aumentos expressivos nos financiamentos para construção, reforma e compra de imóveis novos e usados – algo entre R$ 180 bilhões e R$ 200 bilhões -, bem como para urbanização e regularização fundiária de favelas nas cidades grandes.
Também deverão fazer parte do PAC 2 novas metas para o programa Luz para Todos, que beneficia a população rural, e a ampliação da oferta de água tanto na zona rural quanto em favor de famílias que moram em áreas urbanas consideradas críticas.
INFRAESTRUTURA – Como o Programa de Aceleração do Crescimento que está em execução, o PAC 2 prevê investimentos de grande porte nas áreas de energia e de logística. Nesta, os investimentos previstos deverão superar a R$ 100 bilhões compreendendo obras e serviços em rodovias, portos, hidrovias, aeroportos e ferrovias.
”É importante ter números na mesa, mas eles devem ser avaliados por seu alcance efetivo. Tomando como referência os níveis verificados em 1990 – como fazem os signatários do Protocolo de Quioto – a proposta dos Estados Unidos equivale a cortar meros 4% de suas emissões. É decepcionante, para um país que responde por 29% das emissões globais”, afirma a ministra.
Para o governo brasileiro, segundo Dilma, “será igualmente decepcionante se a União Europeia fixar objetivos abaixo das expectativas alimentadas nos últimos anos. E será totalmente frustrante se Copenhague der respostas financeiramente limitadas e institucionalmente incertas, para o apoio às ações de mitigação nos países em desenvolvimento. Circunstâncias da economia mundial não justificam o abandono do planejamento multilateral adequado, de longo prazo e com respeito à soberania dos países.”
A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), tinha 10,4% na pesquisa CNT/Sensus, de dezembro de 2008, sobre a corrida presidencial. Na última pesquisa do Sensus, ela atingiu 21,7%, mais que o dobro do ano passado. A mesma pesquisa, mostrava o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), com 46,5% das intenções em dezembro de 2008.Hoje, Serra tem 31,8%, uma queda de quase 15 pontos percentuais ou perda de mais de 30% dos seus eleitores no período de um ano.
O Sensus também mostra que 76% dos brasileiros considera o governo de Lula melhor que o de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Mais importante ainda é a medição da força eleitoral dos dois governos – o de Lula e o de FHC. Nada menos que 51,7% dos eleitores brasileiros estão dispostos a apoiar um candidato indicado pelo presidente Lula, como Dilma Rousseff. Por oturo lado, 49,3% não votariam de jeito nenhum em um aliado de FHC, como José Serra. Basta comparar os números para se entender o caminho das eleições presidenciais de 2010…
- Nós sabemos que o governo do presidente Lula significa uma mudança no caminho que o Brasil vinha trilhando no passado. E nós todos juntos temos a missão, a obrigação e o dever de fazer esse projeto continuar – disse Dilma, para uma platéia de trabalhadores e políticos da região.
Na hora de descerrar a placa de inauguração do gasoduto, Lula fez questão de levar Dilma para o lado dele e o nome de Dilma foi gritado pelo presentes como futura presidente. Dilma Rousseff, cresceu 3,3% na última pesquisa eleitoral feita pelo CNT/Sensus. O crescimento de Dilma tem se dado devido as viagens do seu maior cabo eleitoral, o Presidente Lula.
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, rebateu a decisão do governo golpista de Honduras de ingressar com uma queixa contra o Brasil no Tribunal de Haia. O governo in
terino hondurenho alega intervenção do governo brasileiro em assuntos internos do país, segundo a agência de notícias BBC Brasil. Ainda conforme a BBC, o governo golpista teria pedido uma indenização ao Brasil “por danos causados” pelo fato de oferecer abrigo ao presidente deposto, Manuel Zelaya, desde o dia 21 de setembro, na embaixada brasileira em Tegucigalpa, a capital hondurenha. Para Dilma, o governo de Roberto Michelleti é que deve explicações à comunidade internacional. “O Brasil não está interferindo em nada. O Brasil simplesmente acompanha esse assunto de forma a ter uma posição que representa o que é a nossa convicção de direito humanos, direito internacional e respeito mínimo ao que é estipulado sobre direito de abrigo”, disse a ministra. Dilma comentou o assunto na noite de ontem (28), ao chegar para jantar com a bancada do PP na casa do líder do partido, deputado Mário Negromonte (BA).