*por FERNANDO RIZZOLO
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Todos os grandes projetos acabam se constituindo imensos desafios à sociedade. Foi assim com o fornecimento da água e da luz elétrica, este último datando de 1879. Sua primeira utilização no Brasil foi na estação Central (atual Central do Brasil) da estrada de ferro D. Pedro II, no Rio de Janeiro. Agora, temos diante de nós talvez o maior desafio da pós-modernidade: levar a inclusão digital às camadas mais pobres da população brasileira. Ao contrário dos projetos de visam apenas proporcionar condições de vida melhor e dignidade, o viés digital transporta e irriga o direito à cultura, à informação, à socialização, permeando as comunidades carentes com instrumentos de cidadania e mobilização.
Não há como falar em cultura, ou em direito à informação, se deixarmos de lado o poderoso e já indispensável papel da internet no desenvolvimento intelectual dos jovens e da população em geral. Para tanto, medidas de democratização do uso da internet têm sido tomadas por parte dos Estados, apesar de a operacionalidade técnica em nível federal ainda não estar totalmente concluída. O papel do Estado como provedor e difusor da cultura nos remete à sua responsabilidade na implementação das ações técnicas do uso da internet, viabilizando o uso da banda larga aos grandes centros carentes.
Com base nisso, em dezembro de 2009, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, lançou, em parceria com as prefeituras de mais seis cidades, o projeto Baixada Digital, cujo objetivo é beneficiar cerca de 1,7 milhão de pessoas. Anunciado como “um dos maiores programas de inclusão digital do mundo”, o projeto prevê em sua primeira etapa a cobertura de 100% do município de São João de Meriti, 60% de Duque de Caxias e Belford Roxo e 20% dos municípios de Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis. Contudo, a implantação de projetos dessa magnitude, não só no Estado do Rio de Janeiro, mas também nos demais, exige uma planificação cuidadosa, uma vez que a propagação dos sinais deve ser estável em todas as regiões envolvidas.
Do ponto de vista técnico, várias são as opções em levar o sinal, de forma abrangente, a todas as localidades do país; porém, é compreensível que alguns fatores, como a lentidão na implementação dos projetos, cause certo atraso no objetivo final. No entanto, o essencial é que o Poder Público se aproprie da tarefa de se fazer o ator principal na condução e execução desses programas, até porque existe uma estrita relação entre difusão cultural e instrumentos digitais, e isso é papel do Estado.
Na contramão dos investimentos primordiais do Estado no que se refere à cultura, em São Paulo a política adotada é diametralmente oposta à do Rio de Janeiro. Na mais rica unidade da federação, o governo decidiu não investir diretamente na criação de infraestrutura para prover o acesso gratuito à banda larga, mas baseou seu projeto de inclusão digital – batizado de Banda Larga Popular – na isenção fiscal às operadoras privadas. Desse modo, o governo de São Paulo eximiu-se do papel fundamental do Estado na promoção da banda larga, deixando-se valer dos argumentos privados para legitimar a inviabilidade do projeto. Segundo informações, a concessionária de telefonia fixa, que também oferece acesso à banda larga, diz que o valor estabelecido pelo programa só pode ser oferecido a usuário que já tenha ou queira ter linha fixa da operadora.
Quer do ponto de vista técnico, da informação, da cultura ou até da segurança nacional, a disseminação da banda larga popular deve ter como premissa principal a correlação causal entre informação e cultura, que sempre foi protagonizada pelo papel obrigatório do Estado. Políticas públicas de grande envergadura, destinadas à imensa população pobre, que possuem viés tecnológico, jamais devem ser delegadas a empresas privadas. Internet e banda larga significam condutores de cidadania, algo deveras importante para ser tutelado por terceiros, sem o lastro do compromisso técnico-social.
FERNANDO RIZZOLO é Advogado e editor do Blog do Rizzolo –
*por FERNANDO RIZZOLO
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Um dos maiores problemas circunstanciais de qualquer crise financeira é a falta de perspectiva geral no que diz respeito à oportunidade de emprego. Essa situação agrava-se em demasia quando determinada faixa populacional é mais diretamente atingida, como os jovens. É de se analisar que as políticas de empregabilidade nos países ricos sempre estiveram nas pautas sociais, e houve, no decorrer da história, um elenco de lutas nesse sentido.
Contudo, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), composta de economias de alta renda, com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – ou seja, elencada por países desenvolvidos –, alerta para o agravamento do desemprego juvenil. Num documento recém-divulgado, a OCDE constata que, se os jovens já eram vulneráveis antes da crise e foram suas primeiras vítimas, o futuro não vislumbra nada de bom, uma vez que, de acordo com a Organização, a situação continuará a deteriorar-se por vários anos.
No estudo, observa-se que quatro milhões de jovens engrossaram as fileiras do desemprego durante a crise, elevando este índice para 18,8% em 2009, mais do dobro da taxa média de 8,6% para o conjunto da população. Enquanto o desemprego geral aumentou 2,5 pontos percentuais, o juvenil agravou-se 5,9 pontos.
É sobre esses dados que podemos fazer uma reflexão crítica sobre os efeitos das crises financeiras nos países ricos, onde a participação do Estado como regulador desse segmento foi quase nula ou omissa. No caso de países em desenvolvimento como o Brasil, onde houve uma política mais realista e mais intervencionista do ponto de vista regulador do Estado, a crise e o desemprego em geral, em especial no tocante aos jovens, não foram tão significativos.
De qualquer modo, o grande desafio tanto dos países ricos quanto daqueles em desenvolvimento é traçar políticas claras e específicas para a criação de novos empregos, com vistas à população jovem, criando possibilidades e incentivos no encaminhamento das políticas de formação de mão de obra, na geração do primeiro emprego, na educação de base e, acima de tudo, na preservação da dignidade e esperança do jovem de se sentir integrado no mercado de trabalho. Sem isso, com certeza lançaremos os jovens do nosso país ao ostracismo da desilusão, ao abraço perdido do narcotráfico e ao desalento patriótico da desesperança e engrossaremos o universo da já profetizada “geração perdida”.
Fernando Rizzolo é Advogado e editor do Blog do Rizzolo –
Do
Diferentemente dos debates feitos na TV e retransmitidos para a web, o projeto Debate On-Line 2010 será transmitido ao vivo simultaneamente pelos quatro portais.
Marcado para o dia 31 de agosto, em São Paulo, o debate vai oferecer interação com os usuários pelo Twitter .
Os envolvidos trabalham para definir conjuntamente o formato final do debate. Juntas, as quatro empresas atingem 94% dos usuários de internet do país.
Do
Agora, é a vez dos deputados Bruno Araújo, Bruno Rodrigues e Raul Jungmann se esquivarem de aceitar a segunda vaga para o Senado Federal na chapa oposicionista na qual figura o senador antilula Jarbas Vasconcelos como candidato a Governador. Os primeiros “fujões” são tucanos e, ao que parece, não desejam a imolação em nome de uma chapa cuja derrota se anuncia. Não estão pensando, ao menos, em dar palanque a José Serra, pré-candidato a Presidente da República pelo próprio PSDB. É o tal espírito do “Salve-se quem puder e danem-se os outros!”. O problema que se avizinha para ambos é a possibilidade de serem cobrados pelo próprio Serra e atrairem a ira do antilula Jarbas Vasconcelos, conhecido como aquele que, quando contrariado, concebe política “com o fígado”, isto é, descamba para o campo pessoal…
Já o terceiro “fujão”, o bravateiro-mor Raul Jungmann, pertence aos quadros de um partido à beira da extinção e, segundo dizem, há um temor generalizado de que Jungmann corra o risco de, ao participar de uma eleição arriscada como candidato ao Senado, perder o mandato de deputado federal e enterrar de vez o periférico e moribundo PPS.
Pelo andar da carruagem, o negócio, neste momento, está para lá de feio no ninho oposicionista ao governador e candidato à reeleição Eduardo Campos (PSB).
O lema “Todos por um! E um por todos!” não está sendo bem digerido pelos “três mosqueteiros” jarbistas.
E o jogo de “empurra-empurra” continua…
José Serra clona suas próprias declarações…. Veja o que ele disse hoje em entrevista à RádioVerdes Mares, em Fortaleza:
“Não tem nenhuma obra grande, pronta, entregue no Ceará que não tenha a mão do Tasso (Jereissati, senador tucano)”. Agora, relembre o que ele falou sobre o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) na semana passada em entrevista à Rádio Jornal, aqui no Recife:
“Tudo que tem sido feito em Pernambuco nos últimos anos tem a marca de Jarbas”. Hummm… Será que toda vez que ele chegar a um novo estado atribuirá aos aliados a autoria de todas as obras locais? O que virá depois de ‘marca’ (Jarbas) e ‘mão’ (Jereissati)? Aqui vão alguns substantivos como sugestões: ‘digitais’, ‘assinatura’, ‘autoria’, ‘paternidade’ e por aí vai. Do
Começo analisando a base sobre a qual se assenta o crescimento da candidatura Dilma, que é a avaliação do Governo Lula. A melhora da avaliação do presidente é significativa e contínua.
E quando a pergunta passa a ser como essa avaliação se transfere para a decisão de voto, a coisa é ainda pior para Serra. Tomando as mesmas pesquisas, de agosto do ano passado, janeiro e maio deste ano,a resposta à pergunta “Se o Presidente Lula apoiar um candidato a Presidente e pedir para as pessoas votarem nele, voce…” , Bem, a resposta “com certeza votaria” subiu de 29% para 33%. E o “com certeza não votaria” baixou de 12% para 10%.
Intenção de voto espontânea, sem apresentação de cartela. Dilma sai de 3% em agosto para 9% em janeiro e 19% agora. Serra tinha 5%, empata com Dilma nos mesmos 9% em janeiro , mas só chega a 15% agora. E o estoque de votos “no Lula” – tranferíveis a Dilma, portanto – que era de 22% e é agora é de 10% ” gastou só 12% para um crescimento de 16% da candidata lulista. Traduzindo mais claramente: a soma de votos espontâneos Dilma + Lula era de 25% em janeiro, é de 29% agora.
O desconhecimento de Dilma permanece alto. A soma dos que conhecem só de nome e dos que não conhecem, para Dilma, é de 44%. Para Serra, 25%. A tal “antipatia” de Dilma, tão falada na mídia, não se confirma na prática. Nos que já conhecem os candidatos, ela desperta uma impressão positiva ou muito positiva em 57%, contra 50% de Serra. E as opiniões negativas ou muito negativas, neste mesmo universo, ficam muito mais fortes para Serra – 15% – do que para Dilma, que tem 10%.
O contrário do que toda a midia diz, não é?
Tanto é que a rejeição o confirma. A rejeição de Dilma baixou de 17 para 15%, a de Serra subiu de 16% para 20%.
Marina não dá sinais de um crescimento maior. Pode até crescer um pouco mais, mas ao que parece não vai virar “onda” . Não foi para ela ou para ele próprio, ao que parece, que a saída de Ciro da disputa transferiu intenções de voto.
Mas a análise dos números ainda tem coisas piores para José Serra.
No possível confronto de segundo turno, ele perde a confortável vantagem que tinha antes. Serra ganharia de Dilma no
turno decisivo, por 46% a 32% em agosto passado, seguiria com larga frente em janeiro (46% a 35%), mas passa agora a ser derrotado por 40% a 38%. Isso e mais a importantíssima questão feita sobre quem é o candidato que o entrevistado acha que vai vencer a eleição – algo essencial para definir a migração para o “voto vencedor” – mostram que a maré de percepção do sucesso eleitoral virou e favorece a candidata petista. Em janeiro, só 30% achavam que ela venceria, contra 43% que emprestavam a Serra a condição de vencedor. Agora, os números são o contrário: ela tem 40% de percepção de vitória, contra 39% de Serra.
Por último, é bom que se esclareça que os números que estão sendo comentados (38 a 35% em favor de Dilma) se referem a uma simulação onde só os dois, além de marina Silva, são apresentados aos entrevistados. Quando entram todos os candidatos dos partidos pequenos, o resultado passa a ser Dilma, 37% e Serra, 34%. Prefiro usar este número porque a eleição se fará com todos eles.
Os dados completos da pesquisa você encontra . Do
do
Da editoria-geral do Terra Brasilis
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Partido alegava ilegalidade na divulgação do resultado de pesquisa eleitoral
O ministro auxiliar Joelson Dias, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), não aceitou nesta quarta-feira (5) a representação em que o PSDB pedia ao Tribunal a aplicação de multa, no valor de R$ 50 mil a R$ 100 mil, ao Instituto Sensus.
O partido alegou que a divulgação da pesquisa, que apontava empate técnico entre os candidatos à Presidência Dilma Rousseff e José Serra, descumpriu o prazo estipulado por lei, que determina que o resultado seja divulgado 5 dias depois da inscrição da pesquisa no TSE.
O Sensus inscreveu o levantamento no dia 5 de abril, mas alterou dados no dia 9. Portanto, na avaliação do PSDB, a pesquisa só poderia ser divulgada no dia 14, mas foi a público um dia antes.
O instituto argumenta em sua defesa que cometeu um erro no preenchimento do formulário do registro, trocando o nome de um sindicato por outro, já que ambas as entidades (Sindecrep e Sintrapav) têm sede no mesmo edifício e compartilham o mesmo número de telefone. Segundo o Sensus, o contratante da pesquisa sempre foi o Sintrapav.
Ao rejeitar a aplicação da multa, o ministro afirmou que o pedido de correção do nome do contratante da pesquisa foi feito previamente e de forma espontânea pelo instituto. Ressaltou ainda, que não foi constatado que a alteração tenha trazido qualquer benefício ao instituto ou prejudicado alguém.
Do .
No
No
Maior programa de transferência de renda do mundo, o Bolsa Família estabeleceu uma quebra de paradigma importante no modelo de assistência social. Até a era FHC, assistência social era basicamente dar um dinheirinho a famílias em situação de miséria e esperar que o pai não gastasse tudo em cachaça. Com o Bolsa Família, o governo Lula estabeleceu diferenciais importantes que transformaram o programa em uma alavanca não apenas para o alívio da situação de desespero de milhões de famílias brasileiras, mas em um instrumento de desenvolvimento social.
Os números são os seguintes: há 19.653.677 famílias no Cadastro Único, que mapeia as famílias pobres e servem de base para a definição das políticas sociais do governo. Dessas, 15.729.878 famílias têm perfil para serem atendidas pelo Bolsa Família — ou seja, estão abaixo da linha de pobreza. Finalmente, desse universo, 12.494.008 são atendidas pelo programa.
Não é só isso. O PSDB/DEM, expressando o tipo de pensamento mais canhestro da direita brasileira, alega que o Bolsa Família incentiva a “vagabundagem”; não é incomum ver idiotas de classe média ou alta dizendo em tom jocoso que as pessoas não vão mais trabalhar, vão apenas fazer filhos para receber o benefício — é um desrespeito ao povo brasileiro dizer algo do tipo, levando-se em conta que o Bolsa Família é uma renda complementar e não é suficiente para sustentar completamente uma família.
Felizmente os números desmentem esse tipo de imbecilidade: de acordo com o IBGE, 77% das famílias atendidas pelo BF trabalham formal ou informalmente (entre os não beneficiados, o número cai para 73%). Mais ainda, 99,5% dos beneficiados que tinham algum tipo de ocupação não deixou de trabalhar porque passou a receber o Bolsa Família. Na verdade, o programa acaba incentivando o empreendedorismo, ao dar mais possibilidades aos beneficiados de gerar mais renda.
O Bolsa Família é dado às famílias, não a indivíduos. Às mães, preferencialmente, por serem elas as cabeças da maior parte das famílias pobres e porque, quando há um chefe masculino, ele não é exatamente confiável. Curiosamente, isso acaba modificando bastante as relações de gênero justamente entre as camadas mais baixas da sociedade. Além disso, o Bolsa Família não tem prazo de validade. É concedido enquanto as famílias precisem delas, e suspenso definitivamente apenas quando sua faixa de renda muda. Ou seja: quando melhoram de vida.
O principal diferencial do Bolsa Família e os programas assistenciais anteriores está em um fator simples, mas decisivo: a condicionalidade. Para receber o benefício, cada família precisa cumprir algumas condições básicas. São condições simples, como manter os filhos na escola, seguir o calendário de saúde — vacinação, pré-natal, etc –, e participar dos programas de capacitação profissional e geração de renda. Ou seja: em vez da esmola que o PSDB dava a uns meninos por aí, o Bolsa Família é um processo amplo e consequente de inclusão social.
Uma das vertentes do discurso do PSDB/DEM de demolição do Bolsa Família é o de que falta uma porta de saída. Falam isso por ignorância ou por má fé. Porque o próprio mecanismo do Bolsa Família é, por si só, uma porta de saída. Assistencialismo barato como o praticado pelo PSDB/DEM é dar o dinheiro e fim de papo. Em vez disso, para poder receber o Bolsa Família cada família beneficiária precisa cumprir uma série de condicionalidades, além da óbvia que é estar comendo o pão que o diabo amassou com o rabo. O Bolsa Família obriga as pessoas a estudar, a cuidar da saúde. Isso é a porta de acesso à cidade. E de saída da miséria.
Mais objetivamente, eles esquecem que, além dos cursos de qualificação e geração de renda diversos, o governo Lula lançou, ano passado, o mais específico Plano de Qualificação Profissional para Beneficiários do Bolsa Família, uma série de cursos profissionalizantes que buscam aumentar o nível de empregabilidade dos beneficiários. Os primeiros cursos se dirigem à construção civil, setor da economia que tem absorvido mais mão de obra em grande parte devido às obras do PAC.
Finalmente, o Bolsa Família movimenta a economia. Por causa da renda complementar proporcionada por ela, as pessoas compram em suas comunidades — para horror do PSDB/DEM, que se irrita ao ver que as pessoas votaram em Lula e vão votar em Dilma porque depois de muito tempo passaram a realizar esse ato tão insignificante do ponto de vista macroeconômico chamado “comer”. Comprando, elas fortalecem o comércio, que se anima a vender a prazo porque sabe que vai receber no dia certo. O Bolsa Família acaba gerando mais empregos; para usar uma expressão cara aos tucanos, cria um “ciclo virtuoso”.
Ou seja: é um programa completo dentro de suas atribuições, que vai muito além do meramente “assistencialista”, como gostariam os tucanos olhando com saudade para o seu Bolsa Escola — que para outros é apenas a prova de sua incompetência na área social.
Diante disso, o discurso do PSDB/DEM tem sido, no mínimo, esquizofrênico. Há os que atacam o programa dizendo que ele não presta, sem nunca citar números. E há aqueles que tentam reivindicar sua paternidade creditando o
A única coisa que realmente foi feita durante o governo FHC foi o início da formação do Cadastro Único, em 2001. Só isso, mais nada. A não ser, claro, que se tente creditar ao Bolsa Escola, o programa assistencial de Fernando Henrique, a origem do Bolsa Família.
O problema é que comparar os dois é, para usar a única palavra adequada, uma palhaçada.
O Bolsa Escola tucano era dado a crianças que
freqüentassem a escola, ponto, e não cobrava nenhuma condição além da frequência escolar. O benefício era suspenso quando ele completasse 14 anos, independente de sua situação.
Resultado: não resolvia o problema, porque não havia um sistema de promoção social. Pior ainda, muitas vezes até agravava a situação, porque assim que o menino completava 14 anos e o benefício era cancelado a renda de famílias inteiras diminuía repentinamente. Isso, sim, era esmola. O Bolsa Escola fazia parte da mesma tradição paternalista que deu ao país o vale leite e o vale gás, e que possibilitou as imensas filas em frentes às sedes estaduais da antiga LBA.
Enquanto isso, do Bolsa Família uma família só sai se deixar de cumprir as condicionalidades — quando, aí sim, o programa passaria a ser esmola, porque seria dinheiro apenas dado, sem compromisso de melhoria social — ou se seu nível renda aumentar e ela se erguer acima da linha de pobreza — em outros termos, quando ela passa a não precisar mais do auxílio do governo. É isso, essa consistência e consequência, que faz do Bolsa Família um projeto diferente e tão bem sucedido.
Desde a criação do programa, 4,1 milhões de famílias foram desligadas do programa, porque seu nível de renda aumentou.
4,1 milhões de famílias que saíram da miséria. E eles são só uma parte dos 23 milhões de pessoas que, ao longo do governo Lula, saíram da linha de pobreza absoluta.
Apenas para efeito de comparação, durante todo o governo de Fernando Henrique Cardoso apenas 2 milhões de pessoas trilharam o mesmo caminho. Talvez não pudesse ser diferente: a cada crise econômica — e eles conseguiram quebrar o Brasil três vezes –, a primeira coisa que o governo FHC fazia era cortar os investimentos sociais, porque afinal de contas tinha o tal do superávit primário para manter. Também para efeito de comparação, é só lembrar que na crise de 2008, que a boa governança brasileira transformou em marola, o governo brasileiro na verdade aumentou os investimentos nessa área.
O PSDB/DEM sabe disso, embora não alardeie por aí porque faz mal à sua imagem. É por isso que quando os tucanos falam que o Bolsa Família aprofunda a miséria, é porque partem do exemplo do projeto pífio que conseguiram realizar. Se baseiam na própria incompetência para julgar a competência dos outros. O Bolsa Escola é só o que eles sabem fazer, e só o que conhecem. E não concebem que alguém possa fazer algo melhor.
Do , via .
O deficit no ensino infantil na rede pública municipal de São Paulo registrou aumento de 22 mil vagas neste ano, somando 123.780 crianças até cinco anos, informa reportagem de Fábio Takahashi, publicada nesta quinta-feira pela Folha ( disponível para assinantes do jornal e do UOL).
O total de crianças de quatro e cinco anos sem vaga na pré-escola cresceu 11 mil nomes, chegando a 45.496. Nas creches (na faixa de zero a três anos), o deficit também aumentou 11 mil, para 78.284, segundo a Secretaria da Educação.
Na pré-escola, a prefeitura esperava acomodar mais alunos em novas unidades que não ficaram prontas.
As obras atrasaram. Das 142 novas escolas anunciadas em 2009 (85 mil vagas previstas), apenas 8 estão em construção. O restante do projeto da prefeitura deve ficar para o próximo ano.
O fim do deficit no ensino infantil até 2012 é uma das principais promessas de campanha da gestão Gilberto Kassab (DEM).
Fonte:
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Comentário da editoria-geral do Terra Brasilis:
É esta a plataforma de governo do DEM e do PSDB? Criança fora da escola significa exclusão social e só a propaga e a ratifica governos incompetentes como o de Gilberto Kassab e o do ex-governador José Serra. Este, além de ter ojeriza por nordestino, patrocinou o esvaziamento do sistema educacional no estado de São Paulo.
Posto aí em cima o vídeo de um trecho do discurso do Presidente Lula aos formandos do Instituto Rio Branco. Nele , o presidente conta uma história que é o contrário do tipo de relação que hoje foi defendido por . Ele conta que, numa reunião internacional, Bush foi o último a chegar:
– Nós estávamos sentados em umas mesinhas no hotel emque ia ser a reunião. Aí, quando o Bush entra, todo mundo levanta. Eu falei para o Celso: Celso eu vou ficar sentado, ninguém levantou quando eu cheguei. Sabe qual é a subserviência da gente levantar porque chegou o presidente dos EUA? E não era arrogância não, era apenas respeito. O Kofi Anam (secretário-geral da ONU) estava conosco e ficou muito incomodado, não sabia se levantava ou sentava. E humildemente o Bush foi lá na nossa mesa, nos comprimentou e sentou conosco. Não aconteceu nada de anormal. O anormal seria se nós estivéssemos levantado como habitualmente as pessoas faziam.
A subserviência na história da diplomacia ficou marcada pela atitude do ministro das Relações Exteriores de Fernando Henrique Cardoso, Celso Lafer, que aceitou tirar os sapatos para ser revistado por agentes de segurança norte-americanos em viagem oficial aos Estados Unidos. Lula contou que avisou a seu chanceler, Celso Amorim:
- Quando inventaram a história de tirar o sapato, eu disse para o Celso: ‘Ministro que tirar o sapato deixará de ser ministro. Se tiver que tirar o sapato, volte para o Brasil”.
Do
O Terra Brasilis tem pautado seu perfil editorial, no campo da política, pela defesa da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República Federativa do Brasil. Agora, com a definição da candidatura de Humberto Costa ao Senado Federal e a de João Paulo à Câmara Federal por Pernambuco, a editoria-geral vem a público declarar apoio incondicional aos dois postulantes e à chapa majoritária.
Precisamos dar um basta a Sérgio Guerra (PSDB), Marco Maciel (DEM), Jarbas Vasconcelos (PMDB), Mendocinha (DEM) e a todas as forças reacionárias deste estado.
Com Luiz Inácio LULA da Silva, Dilma Rousseff (PT), o Governador Eduardo Campos (PSB), Humberto Costa (PT), Armando Monteiro Neto (PTB), João Paulo (PT) e as demais forças progressistas que sonham com um Pernambuco e um Brasil melhor, vamos vencer esse pleito.
Por Fernando Rodrigues da Folha de São Paulo
Apesar de as duas últimas pesquisas Datafolha terem mostrado estabilidade nos posicionamentos de José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial, vários resultados cruzados indicam haver ainda grande potencial para mudanças no desempenho de ambos os candidatos.
No final de março, Serra estava com 36% e Dilma com 27%. Agora, três semanas depois, os percentuais são 38% e 28%, segundo o levantamento dos dias 15 e 16. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Mas continuam a ocorrer alterações na percepção dos eleitores sobre quem são os candidatos. O Datafolha sempre pergunta quem o eleitor acredita ser o nome apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja aprovação está em 73%.
A curva dos que apontam Dilma como a candidata de Lula é ascendente. Em dezembro, 52% dos entrevistados a identificavam com o presidente. Em março, esse percentual pulou para 58% e, agora, para 61%.
Um dado curioso é que apenas 47% sabem dizer corretamente que o partido de Dilma Rousseff é o PT. Ou seja, as pessoas estão mais informadas sobre o apoio de Lula do que a respeito da filiação partidária da ex-ministra da Casa Civil.
Ainda assim, o reconhecimento partidário de Dilma é o maior entre os pré-candidatos. Só 28% respondem que José Serra é do PSDB -e 5% acham que o tucano é o candidato apoiado por Lula. No caso de Ciro Gomes, 7% o identificam com o PSB, e 20% sabem que Marina Silva se filiou ao PV.
“Há alguns indicadores na pesquisa que mostram que o voto dado a Dilma parece ser, no momento, mais convicto do que os declarados aos outros candidatos”, diz o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.
Além da identificação partidária há também o cruzamento entre a intenção de voto espontânea (quando o entrevistado diz sua preferência sem ver os nomes dos candidatos) e a estimulada (quando é apresentada uma lista de nomes).
Pode parecer estranho, mas muitos eleitores declaram um voto na pesquisa espontânea, que é apresentada antes, e depois mudam de opinião ao serem confrontados com a lista de candidatos no questionário. “Isso ocorre porque ainda estamos no início do processo eleitoral. Muitos não refletiram a respeito”, explica Paulino.
Quando o eleitor fala de maneira espontânea que vai votar em alguém e ratifica esse voto na pesquisa estimulada, trata-se de um apoio convicto. No caso de Dilma Rousseff, 43% dos seus eleitores na pesquisa estimulada já haviam votado nela na pergunta espontânea.
Já no caso de Serra, só 31% dos seus eleitores estimulados haviam declarado voto nele antes de ver o questionário.
Do
Por DiAfonso*
Blog da Dilma13 no JC:
Os simpatizantes de Dilma têm um blog – – em que atacam os tucanos todos os dias. Durante o dia de ontem essa página postou o ataque dos hackers à página do PT e acusou os apoiadores de Serra pela invasão. Antes, a página Dilma13 referiu-se assim ao presidente do PSDB, Sérgio Guerra: “Babaca tucano confessa: o Datafolha e o Ibope são os institutos de pesquisas oficiais da candidatura demotucana do Zé Alagão (o blog Dilma13 só se refere assim a José Serra)” (JC, 15.04.2010 – Caderno Política, p. 4).
Lendo esse parágrafo, parece que o Blog da Dilma13 magoou, quando só chama José Serra de “Zé Alagão”. Dá até para imaginar o redator fazendo biquinho de choro porque um blog (não poderoso se comparado à mídia corporativa) está “maltratando” o “tadinho” do candidato do Jornal do Commercio e de toda a mídia golpista brasileira.
Como co-editor do Blog da Dilma13, sob o comando dos editores-gerais Daniel Pearl e Jussara Seixas, só tenho que me regozijar com o incômodo que a linha editorial está fomentando nos meios de comunicação, antes inexpugnáveis e sempre refratários a uma reflexão ou recorte da realidade dissonante do pensamento único defendido por esses mesmos meios.
*Editor-geral do Terra Brasilis e co-editor do Blog da Dilma13.
[1] Para ler sobre a cheerleader Ana Lúcia Andrade, clique .
[2] Leia mais sobre o assunto no recomendável: A Ditadura da Mídia. Altamiro Borges – São Paulo: Anita Garibaldi / Associação Vermelho, 2009, 176p.
Lula: “Serra pediu minha ajuda na greve dos professores, mas não cumpriu o acordo”
do
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que o pré-candidato do PSDB à presidência, José Serra, pediu sua ajuda quando ainda estava à frente do governo de São Paulo para debelar uma manifestação de professores grevistas, mas descumpriu o acordo. Serra teria se comprometido a receber pessoalmente os professores, mas mandou o secretário da Educação, Paulo Renato, como representante. O pedido de ajuda teria ocorrido durante uma cerimônia de entrega de ambulâncias da qual ambos participaram em Tatuí, interior paulista, no dia 25 de março.
“Lá em Tatuí fomos procurados pelo seu adversário que dizia para nós tentarmos ajudar na greve dos professores que iriam ao Palácio dos Bandeirantes em determinado dia. Eu vim para cá e o nosso querido companheiro Edinho (Silva, presidente do PT-SP) ligou para o governador Serra. Eu assumi o compromisso de conversar com a Apeoesp (sindicato que representa os profesores estaduais)”, disse Lula à pré-candidata do PT, Dilma Rousseff.
O presidente relatou ter conversado no mesnmo dia durante o 2º Congresso da Mulher Metalúrgica, também no sindicato do ABC, com a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bel, e intermediado uma reunião entre os grevistas e o governador.
“A Bel, presidente da Apeoesp, estava aqui neste sindicato. Nós conversamos com a Bel, o Edinho ligou para o Zé Serra e eu havia dito para o Serra diretamente na conversa: “Serra, converse você diretamente com o sindicato. Não deixe o seu secretário da Educação conversar porque ele não conversava quando era ministro. Converse você, eles não querem muito e estão dispostos a fazer um acordo. Converse”. Segundo Lula, Serra teria prometido ao presidente do PT paulista receber pessoalmente os professores. O iG apurou que o governador sugeriu a possibilidade de enviar o secretário da Casa Civil, Aloyzio Nunes Ferreira, já que a Apeoesp não aceitava negociar com Paulo Renato.
“Cheguei aqui e o Edinho me comunicou: “presidente eu conversei com o Serra e ele vai conversar com os professores’”, disse Lula. De acordo com Lula, Serra não teria cumprido o acordo. “Conclusão: eu fui embora tranquilo. Conversamos com a Bel tranquilo de que o governador iria chamar os professores para conversar. Qual não foi minha surpresa quando no dia seguinte ele viajou, não conversou, e mandou um secretário seu conversar com os professores”, disse o presidente. A assessoria de Serra, que poucas horas antes teve o nome lançado pelo PSDB em Brasília, foi procurada, mas não se manifestou.
A repressão policial às manifestações dos professores grevistas foi explorada em vários discursos durante o encontro de Dilma com representantes da seis centrais sindicais, neste sábado. “Posso afirmar porque estive do lado de lá na eleição passada. O Serra não gosta de trabalhador”, disse o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical e do PDT-SP. No Blog , via .
A mídia conservadora bateu bumbo nos últimos dias na tentativa de tornar o lançamento oficial da candidatura de José Serra pela coalizão demotucana um fato político novo no cenário nacional. Notável, sobretudo, o esforço de pintá-lo com as cores de um ‘progressismo palatável’; adepto da ‘indução estatal sem Estado forte’, seja lá o que isso significa. Um verdadeiro bambolê ideológico. Tudo para conciliar a imagem de um candidato oferecido pelo marketing como ‘popular’ –ancorado na história passada de presidente da UNE– mas cercado ao mesmo tempo de um núcleo de campanha derivado da cepa mais reacionária da política nativa, do qual constam nomes como os de José Agripino, Paulo Bornhausen, Arthur Virgílio, José Carlos Aleluia entre outros.
O malabarismo é típico de quem quer engrossar o glacê da narrativa para ocultar o azedo do recheio. A verdade é que não importa o que Serra diz que pensa em seu discurso de candidato oficial; não importa o que seus amigos pensam que ele pensa; objetivamente, a candidatura Serra lançada em Brasília neste sábado representa o estuário do que há de pior no conservadorismo brasileiro. Um verdadeiro cavalo-de-tróia pintado com palavras de um difuso ‘progressismo’ para edulcorar o verdadeiro projeto por trás das rédeas: derrotar o avanço popular obtido a duras penas com o governo Lula nos últimos anos, mas sobretudo agora no segundo mandato; trazer a direita de volta ao comando do Estado brasileiro [de onde nunca saiu, mas perdeu a hegemonia absoluta da era FHC]. E, estrategicamente, impedir que a continuidade desse processo, representada por Dilma Rousseff, possa aprofundar a democracia social no país. Serra reúne os ingredientes para essa investida ainda que não seja o candidato ideal da direita por seu ”desenvolvimentista de boca’, como diz Maria da Conceição Tavares.
O alardeado ‘progressismo desenvolvimentista’, na verdade, resume-se à prática de um fiscalismo autoritário que se harmoniza com a sua outra face, esta sim, muito apreciada pela coalizão que o apoio: o arraigado anti-sindicalismo; a aversão doentia à negociação com os movimentos populares que cobram a democratização efetiva do poder, que passa necessariamente pela maior participação nas decisões sobre onde, como e quando investir os fundos públicos. Por exemplo, quanto investir na remuneração de funcionários públicos que prestam serviços essenciais à população?
O menosprezo serrista a essa lógica ficou mais uma vez evidenciado na recente greve de um mês dos professores da rede pública do Estado de São Paulo. Há cinco anos sem correção salarial, com quase a metade dos contratos de trabalhos em regime precário eles não foram sequer recebidos em audiência para uma negociação trabalhista trivial.
‘Lobos em pele de cordeiro’, disse-o bem a candidata do PT esta semana sobre a dança dissimulada de discursos e projetos adotada como enredo de campanha pela coalizão demotucana. Um historiador não alinhado ao PT, Luiz Felipe de Alencastro, em entrevista ao jornal Valor Econômico da última sexta-feira, cuidou de dar a essa metáfora sua explicitação sintética ao perguntar e explicar por que, em sua opinião, Serra tem tudo para ser um blefe.
A seguir leia trechos da entrevista do professor da cadeira de História do Brasil na Sorbonne ao Valor de 09-03:
“….Até a oposição compartilha desse otimismo [com o Brasil]. Dentro e fora do país há um consenso favorável sobre a economia brasileira, sobretudo com a entrada da China no mercado mundial, com uma forte demanda por matérias-primas. O lado negativo é que o comércio externo fica parecido com o que era no século XIX. Há um risco nessa divisão internacional do trabalho que vai se criando, em que o Brasil vira exportador de matérias-primas novamente.
“…O que me assusta é a ideia de ter Michel Temer como vice-presidente. Ele é deputado há décadas e foi presidente da Câmara duas vezes. Controla a máquina do PMDB e o Congresso à perfeição. Vai compor chapa com uma candidata que nunca teve mandato e é novata no PT. O presidencialismo pressupõe um vice discreto,
“…o problema dele [do Serra] é esse: com a expectativa em torno de seu nome, ele vai fazer o quê no governo? A própria Fiesp, que mais ela quer, senão seguir com a política de Lula? E os banqueiros, que se entopem de dinheiro? Sem contar os 26 milhões de pessoas que subiram na escala social. Não dá para saber o que Serra vai fazer. Não pode entrar com o discurso de acabar com a corrupção, porque isso não dá muito refresco e depende mais da Justiça, dos tribunais de contas.
“…Os dois mandatos de Lula criaram algo novo. O cientista político André Singer mostra [em artigo para a revista "Novos Estudos"] que Lula foi eleito no primeiro mandato pelos operários sindicalizados e pela classe média. No segundo, perdeu uma parte da classe média e ganhou entre trabalhadores não organizados e subempregados, graças aos programas sociais. Isso resultou num novo populismo. Segundo Singer, esse eleitorado é conservador, não quer mudanças, quer que o governo tome conta dele. Acho essa interpretação um pouco estática, porque pressupõe que a ascensão social desse subproletariado não incomoda ninguém, e que a ameaça de perder o que ganhou não o levará a uma politização ativa.
“… É o que alimenta a agressividade anti-Lula de certos jornais e revistas, que retratam a perplexidade de uma camada social insegura: os pobres estão satisfeitos e os ricaços também, mas a velha classe média não acha graça nenhuma. Ter doméstica com direito trabalhista, pobres e remediados comprando carro e atrapalhando o trânsito, não ter faculdade pública garantida para os filhos matriculados em escola particular. Tudo isso é resultado da mobilidade social, que provoca incompreensão e ressentimento numa parte da classe média. Daí o furor contra o ProUni, as cotas na universidade, o Bolsa Família. Leio a imprensa brasileira pela internet e às vezes fico pasmo com os comentários dos leitores, a agressividade e o preconceito social explícitos. O discurso de gente como o senador Demóstenes Torres no DEM [contra o sistema de cotas raciais nas universidades públicas] indica uma guinada à direita da direita parecida com a dos republicanos nos Estados Unidos. Lá, esse extremismo empolgou o partido inteiro e pode desestabilizar o país. A falta de perspectiva da oposição cria um vácuo para o radicalismo.
“…O problema é que, a princípio, Serra não é o candidato que a direita gostaria de ter. Ele é um democrata com trânsito numa parte da esquerda. Também é meio estatizante, adepto de uma política tarifária protecionista e por aí vai. Não é a mesma direita de Demóstenes Torres, Ronaldo Caiado ou mesmo Geraldo Alckmin…
“…Serra está confrontado a um impasse. Não pode elogiar Fernando Henrique e não pod
e atacar Lula. Que candidato ele pode ser? Qual é seu terreno? Ele pode ser um blefe nesse sentido. Na campanha, vai ter de prometer continuidade para os programas do PT. Quando Sérgio Guerra disse que o PSDB faria tudo diferente, foi um desastre. Disse que ia mexer no câmbio e nos juros. Falou disparates e levou um cala-boca do partido.
[Valor: Isso pode fazer com que a campanha se torne virulenta?] “… Na blogosfera, já começou. É terrível, a começar pelo episódio da ficha policial falsa de Dilma. É um sinal do que está por vir. Vai ser um vale-tudo monumental. Embora o impacto disso seja limitado no grande eleitorado, é forte entre os chamados “formadores de opinião”. Sobretudo, cria um clima de tensão e de irresponsabilidade na campanha presidencial.”
“…Como partido no poder, o PT se aguenta, porque tem financiamento também do patronato, empreiteiras, grupos que antes não o financiavam. O PT tem ainda uma máquina partidária bem operacional, tempo de televisão e, claro, a disciplina partidária. Mal ou bem, eleições para a direção do PT têm atraído dezenas de milhares de militantes. Que outro partido brasileiro tem essa participação? Todo mundo se lembra da “convenção do Massimo”, que reuniu Serra, Aécio, Fernando Henrique e Tasso Jereissati, em fevereiro de 2006, num dos restaurantes mais caros do Brasil, em São Paulo, para discutir a candidatura do PSDB às eleições presidenciais daquele ano.
“…Há um quarteto de embaixadores aposentados que estão sempre na televisão, batendo em Celso Amorim e Lula. Repetem que a política externa é um desastre. Desastre? Os jornais americanos e europeus discordam. Nunca vi o Brasil com tanto prestígio. É até desproporcionado, dado o peso ínfimo do país no comércio internacional. Ao contrário da Índia e da China, potências atômicas com peso comercial enorme. Em maio, Lula vai ao Irã e está sendo criticado no Brasil. Já a “Economist” diz que é bom, porque abre novos canais de comunicação entre Estados Unidos e Irã. Nos últimos dias, a diplomacia brasileira usou com habilidade as regras da OMC e as manobras políticas para rebater o protecionismo americano na questão do comércio do algodão. Tenho certeza de que esse assunto, que começou em 2002 e ainda não terminou, ficará como um marco na história diplomática…” Fonte:
Companheiros e Companheiras do ABC.
Por DiAfonso*
O Senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) anda falando, falando, falando… Mas não convence. Dentre as besteiras que tem dito, está a avaliação pouco consistente do comportamento da candidata Dilma Rousseff e das possibilidades de ela fazer um grande governo. Afirmara o coordenador da campanha tucana que:
Sobre verdades, Senador, que tal falar sobre Haras, passagens pagas com o dinheiro do Senado Federal (dinheiro já restituído, porque foi amplamente noticiado), para sua filha acompanhá-lo até os “istâtis” e “indicetra e tá”? Que tal começarmos por aí?!?
Na verdade, Senador, Vossa Excelência deve estar de saco cheio desse tal mala-sem-alça José Serra, por isso anda surtando e não falando coisa com coisa. Contradizendo-se aqui e acolá, dando mancadas todas as vezes que abre a boca…
*Editor-geral do Terra Brasilis
Com informações da Folha Online/Blog do Jamildo
Para ler mais sobre Sérgio Guerra, suas “verdades” e seu comportamento, clique .
do Blog
Serei Candidato à Presidência de MAQUETÓPOLIS e conto com vocês: bonequinhos de louça, de pano, de plástico, de barro… Não importa. Serei presidente de todos, porque não tenho o ranço da discriminação. Notem que estou incluindo até os bonecos de barro do Nordeste. Garanto-lhes casinhas de brinquedo, carrinhos movidos a controle remoto. Vocês não se arrependerão de minhas promessas, pois o nosso governo será sério. Aprofundarão a leitura com o jornal de papel Folha de São Paulo e verão um mundo fantasioso nas páginas da revista VEJA. Abaixo uma visão do que está por vir…
Com um projeto de governo desse, certamente os bonequinhos o elegerão no primeiro turno.